sexta-feira, 25 de julho de 2014


Síria, Ucrânia, Nigéria, Palestina e o elenco poderia continuar. Esses lugares remetem a imagens de guerras, perseguições, dramas da humanidade. Percebe-se o ódio e a morte. Nada de positivo, nenhuma esperança, ao menos à primeira vista. Mesmo assim, tem alguém que testemunha um modo verdadeiro de viver, mesmo nestas condições aparentemente invisíveis. Pessoas que trazem nos olhos e no coração uma certeza que não se desfaz. Serão estes rostos os protagonistas da próxima edição do Meeting de Rimini: Um Encontro entre pessoas de fé e culturas diferentes promovido todos os anos desde 1980. Quem conta os detalhes é o diretor da Fundação Meeting para a amizade entre os povos.

O “Meeting” está pronto para a XXXV edição. Como em cada encontro, no centro se encontrarão pessoas, às vezes pouco conhecidas, e grandes histórias de vida. Quais são as mais importante deste ano?

Meeting 2014 será repleto destas histórias. Não queremos falar das periferias, mas deixar falar quem vive nestas periferias com uma esperança. Quem encontrou uma intensidade humana também em situações complexas e contraditórias.

A respeito deste tema existirão dois grandes momentos: o primeiro com o Padre Pierbattista Pizzaballa, um encontro que nasce do fascínio de ter visto como a amizade entre os homens, o espaço para o diálogo e uma experiência de abertura são capazes de gerar e de construir algo de bom para o homem. O que vimos durante a viagem do Papa à Terra Santa e aquilo que vimos acontecer no momento da oração nos jardins vaticanos nos fez entender que esta realidade era verdadeiramente um sinal a se observar.

Fechamos com o tema dos cristãos perseguidos com Dom Ignatius Kaigama, arcebispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal da Nigéria; Paul Bahtti e alguns testemunhos da Síria. Aquilo que queremos encontrar no último dia do Meeting não é somente a tragédia das perseguições que existem, mas queremos escutar o testemunho de quem está dentro destas violências e é capaz de dizer: “é possível viver também aqui”. Porque o que nos toca nesses meses, cada vez que contatamos estas pessoas, é o que dizem: “claro que tem a violência, mas tem também esperança aqui”. São as vítimas destas tragédias que nos levam a uma abertura diferente à realidade.

O Meeting será repleto de testemunhos que se documentarão com linguagens diversas: quem contará a própria história do renascimento humano no Equador; quem, através da mostra “Gerar Beleza”, contará como nasceu no Quênia uma experiência de escola e de verdadeira educação à humanidade.


Dê-nos um exemplo de periferias “não geográficas”?

A prisão, o drama da doença e de quem trabalha para a cura do doente, a emergência na educação e outras situações dramáticas em que as pessoas se encontram. Periferia é também o lugar onde algo de novo está nascendo: penso na história de amizade entre alguns jovens egípcios muçulmanos e cristãos, e também os ucranianos. O Meeting, não por acaso, será apresentado pelo Prof. Filonenko, que é ucraniano. Todas estas situações são os pequenos sinais de diversidade que gostaríamos que fossem documentadas.

Como foi escolhido o título-citação do Papa Francisco?

A origem é o fascínio que o tema das periferias, deixado pelo Papa Francisco, gerou em nós. Bergoglio está nos convidando a ir com uma consciência renovada, onde talvez nem mesmo nós fomos, mas ir em direção às periferias do mundo e da existência. Portanto, como podemos ser surdos diante deste chamado, nós que nascemos nas periferias, que nas periferias fizemos o início da nossa história?

O Meeting testemunha muitas amizades “impossíveis”, como aquela que nasceu entre o muçulmano Wael Farouq e o judeu Josep Weiler. Qual a origem desta relação?

Aquilo que vemos acontecer são amizades que falam de uma unidade entre pessoas muito distantes entre suas culturas. O nosso amigo judeu prof. Weiler disse que um dos maiores presentes que o Meeting lhe deu foi a amizade com o muçulmano Farouq. É uma coisa absolutamente incrível, imprevista e imprevisível. Nós não a construímos, mas eles se encontraram porque Deus quis que se encontrassem. O que os uniu? A atenção à própria verdade humana, um sentido profundo desta necessidade de significado sobre a qual se reconheceram.

Em outubro acontecerá o Sínodo extraordinário das famílias, o Meeting é frequentado por muitas famílias, o que dirá sobre este tema?

O Papa Francisco sempre repete que o problema da vida é o testemunho e a evangelização que acontece sobretudo pelo testemunho. A exortação apostólica do Papa (Evangelii Gaudium), de fato, parte destas palavras: a alegria do Evangelho, a beleza de poder viver o Evangelho. A força e a alegria que se experimentam na experiência cristã permitem também enfrentar todas as problemáticas ligadas à família. Fonte:Aleteia

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