A moda não é uma coisa frívola?
Nem um pouco. O que nós vestimos é uma declaração daquilo em que acreditamos. Pense nisso. Num extremo, muito da moda de hoje demonstra uma sexualidade agressiva, que é claramente pagã. Na outra ponta, quando a roupa de uma pessoa esconde o seu corpo de "olhos curiosos", essa pessoa declara algo em que ela acredita sobre a natureza humana e sobre a natureza de uma vida que a realiza. Essas ideias não têm nada de frívolo. Pelo contrário, são ideias profundamente sérias.
Mas não são uma preocupação exatamente "espiritual"...
Depende do que você entende por "espiritual". O catolicismo presta muita atenção ao mundo material. O Corpo de Cristo é REAL, na fé católica. Nós vamos ressuscitar com os nossos corpos no céu, glorificados. Esta "corporeidade" faz parte da nossa fé há séculos. É por isso que as culturas católicas celebram a vida, "fruto da videira e do trabalho humano", e glorificam a beleza como um reflexo do Divino.
Os leigos católicos não deveriam se mostrar "normais" diante dos outros, sem se destacarem da multidão nos aspectos exteriores?
Sim, porque fomos nós que estabelecemos os padrões do “normal”. Durante uma grande parte da história moderna, não era difícil se vestir como todo mundo, porque foi a Igreja que lançou as bases do que entendemos por “vestir-se apropriadamente”. No Ocidente, fosse qual fosse a crença religiosa, todos se vestiam dentro desse amplo espectro da modéstia, da decência e do decoro.
Quando foi que isso mudou?
Hollywood e a mídia parecem ter sido o motor do que nós chamamos de novo "look" pagão. Eles precisam atrair os olhares o tempo todo para o produto deles. E, é claro, o mesmo se aplica às marcas da moda em Paris e Milão (que já foram cidades católicas, diga-se de passagem).
Hollywood, a mídia, as grandes marcas. Tudo isso envolve muito dinheiro e muito poder. Não é inútil tentar resistir?
Parece. Mas o mundo corporativo da moda é bem pouco criativo e altamente dependente de tendências que são lançadas por “minorias criativas”. Nós, como católicos, com um senso clássico de estilo, somos a própria definição de “minoria criativa”!
O que leva você a pensar que alguém iria prestar atenção nisso tudo?
Audrey Hepburn.
A atriz?
Ela mesma. O estilo dela está em voga mais uma vez, agora alimentado por jovens mulheres bem educadas. Incrível, não é? Cinquenta anos depois, o "look" dela está na moda.
Tudo isso é bem interessante, mas o que você conclui dessa tendência?
Posso ser franca?
É claro!
Faz cinquenta anos que ficam dizendo para as mulheres que, para se "libertarem", elas têm que vender o corpo da maneira mais grosseira e vulgar que se possa imaginar. Todo este pacote, de sexualidade agressiva, mascarada de "libertação das mulheres", funcionou maravilhosamente, é claro, para os magnatas da mídia e de Hollywood. Eles já ficaram milionários e continuam ficando cada vez mais milionários. Qualquer tentativa da Igreja de combater essa tendência é ridicularizada e tachada de "opressora", ou "controladora", ou "misógina". Pergunte a qualquer pároco que tenha tentado incutir algum decoro nas roupas que as pessoas usam na missa. Mas agora, de repente, nós temos toda uma nova geração de mulheres jovens que, surpreendentemente, amam Audrey Hepburn! Nós achamos isso um testemunho impressionante do apelo duradouro da verdadeira beleza.
A Regina Magazine vai cobrir questões de moda?
Junto com a nossa editora de Moda & Estilo, Sequoia Sierra, nós estamos embarcando numa cobertura muito mais intensiva de moda, a começar pela edição de verão [no hemisfério Norte], que deve sair em 2 de agosto. Os leitores da Regina Magazine vão ver nossos ensaios fotográficos exclusivos em todas as edições, estilizados por Sequoia, em locações reais e surpreendentes de vários países do mundo todo. Temos certeza de que vai ser bem diferente de tudo o que eles já viram.
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Entrevista com Beverly De Soto. Reprinted courtesy of Regina Blog, a feature of Regina Magazine, © 2014. All rights reserved.
sources: Regina Magazine Fonte:Aleteia
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