segunda-feira, 14 de julho de 2014


Milhares de palestinos fugiam neste domingo do norte da Faixa de Gaza, depois que Israel anunciou grandes bombardeios iminentes contra o território controlado pelo grupo radical Hamas, onde uma unidade da Marinha atuou durante a manhã.
De carro, em burros, carretas puxadas por cavalos ou a pé, a população abandonava o local. Muitos tentavam entrar em colégios, se possível naqueles controlados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
Mohamed Sultan partiu com os cinco filhos e os bens da família em uma carreta puxada por cavalos.
O exército israelense afirma que alertou, por meio de panfletos, os moradores do norte da Faixa de Gaza para que abandonassem suas casas antes do meio-dia, em previsão a grandes bombardeios na região.
Mas Sultan afirmou que não recebeu nenhuma advertência.
"Ouvimos tiros durante toda a noite", disse.
Apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu não parece disposto a acabar com a ofensiva, iniciada na terça-feira, que matou 166 palestinos e deixou mais de 1.000 feridos, segundo fontes médicas.
De acordo com um balanço da ONU, a grande maioria das vítimas são civis.
"Vamos continuar atuando sangue frio, firmeza e responsabilidade para alcançar nosso objetivo, que é restabelecer a calma por um longo período, atacando o Hamas e as demais organizações terroristas", insistiu Netanyahu.
"Não sabemos quando terminará a operação, pode levar muito tempo", advertiu.
O exército israelense convocou 40.000 reservistas e deslocou tanques e peças de artilharia junto à fronteira com a Faixa de Gaza, um território superpovoado de 360 quilômetros quadrados, com um índice de pobreza de 39% (dados do FMI em 2011).
Há vários dias Israel ameaça com a possibilidade de uma operação terrestre na região, bombardeada em ataques aéreos e pelo mar.
Neste domingo um comando da Marinha israelenses desembarcou durante a madrugada em uma praia de Gaza para atacar uma plataforma de lançamento de foguetes.
"A missão aconteceu da maneira correta", anunciou um porta-voz militar, que revelou um balanço de quatro soldados levemente feridos.
O braço militar do Hamas, as Brigadas Ezedin al-Qasam, confirmaram "tiroteios intensos com "soldados da Marinha sionista" que tentavam penetrar na zona noroeste do território.
Esta é a primeira incursão terrestre do exército israelense desde o início da ofensiva aérea, na terça-feira, para destruir a capacidade de ataque do Hamas.
Israel contabilizou nas últimas 24 horas o lançamento de 53 foguetes a partir da Faixa de Gaza contra seu território, o que eleva o total a 800 desde terça-feira. Destes, 127 foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis. Os ataques deixaram uma dezena de feridos, mas nenhuma vítima fatal.
Frente diplomática
A espiral de violência teve início após o sequestro e assassinato em junho de três estudantes israelenses na Cisjordânia, que Israel atribuiu ao Hamas. Pouco depois, um jovem palestino foi queimado vivo em Jerusalém por extremistas judeus.
Na frente diplomática, os ministros britânico, americano, francês e alemão das Relações Exteriores pretendem abordar a crise em Gaza durante uma reunião em Viena sobre o programa nuclear iraniano.
O Conselho de Segurança da ONU pediu novamente, no sábado, a Israel e ao Hamas o fim das hostilidades e o respeito ao direito internacional, em particular a proteção dos civis.
Uma reunião da Liga Árabe sobre a questão está prevista para segunda-feira.
O governo da França afirmou neste domingo que a prioridade absoluta é o cessar-fogo. O papa Francisco pediu "ações concretas para construir a paz".Fonte:Aleteia

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