A santa Missa é a presentificação do Sacrifício de Jesus no Calvário. Não é repetição e nem multiplicação desse acontecimento; é a sua renovação, atualização. As ações de Cristo são “teândricas”, isto é, humanas e divinas ao mesmo tempo, por isso, não se esgotam no tempo como as nossas ações. Deus está acima do tempo, que é sua criatura.
A Missa é oferecida com várias
finalidades: homenagem de adoração suprema ao Pai Eterno por Seu Filho
encarnado, feito homem, unindo as nossas com as Dele e as de toda a
Igreja. É um ato de oferecimento de cada fiel ao Senhor para o amar e
servir.
É um culto de ação de graças ao Pai para
agradecer-lhe os dons que recebemos: a glória da Virgem Maria, seus
méritos e os dos santos e todos os benefícios que recebemos pelos
méritos de Cristo. É também um ato de reparação pelos nossos pecados e
os da humanidade. Diz São Pedro Julião que “Deus Pai nada nos pode
recusar visto que nos deu Seu Filho, que se mantém na Sua presença nesse
estado de Sacrifício e de vitima pelos nossos pecados e os de todos os
homens”. É o momento de apresentar a Deus nossas necessidades pessoais;
e, sobretudo, a graça necessária para vencer os piores pecados que nos
escravizam.
Além disso, no oferecimento eucarístico
do pão e do vinho, são também apresentadas a Deus toda a riqueza e
pobreza da humanidade inteira. Assim rezamos pelas necessidades de todos
os homens espalhados pelo mundo inteiro, em particular pelos mais
necessitados. Quando participamos da Santa Missa ajudamos concreta e
eficazmente os outros. De fato, a Santa Missa é fonte privilegiada de
justiça, de partilha, de paz, de reconciliação e de perdão entre todos
os povos. A Eucaristia sempre é celebrada sobre o altar do mundo. Une o
céu e terra (cf. Ecclesia de Eucharistia, 8).
Na celebração da santa Missa, tudo
lembra o Sacrifício de Jesus por nós. O altar de pedra contém relíquias
de santos, às vezes até ossos, pois eles participam da glória de Cristo e
“intercedem por nós sem cessar”; as velas que queimam no altar e se
consomem, e os círios, simbolizam a fé, a esperança e a caridade. As
toalhas brancas que cobrem o altar representam os lençóis com que foi
envolvido o Corpo de Jesus Cristo; o crucifixo representa-O morrendo por
nós. Tudo lembra o Calvário.
Quando o sacerdote paramentado sobe o
altar para celebrar a santa Missa, representa Jesus Cristo caminhando
para o suplício do Calvário, diz São Pedro Julião Eymard (Flores da
Eucaristia, p. 277). Ensina o santo que “as vestes sacerdotais nos
ensinam com que disposições nos devemos apresentar ao Santo Sacrifício”.
Dom Rafaello Martineli, explica em seu livro: “Eucaristia, pão de vida
eterna”, que a beleza e a esmerada ornamentação dos paramentos, sinal da
fé e do amor dos fiéis, é também um convite a contemplar a Beleza do
Senhor, presente de um modo todo especial na Eucaristia.
Antigamente, antes do Concílio Vaticano
II, o sacerdote colocava o “amito”, um lenço sobre os ombros,
significava a modéstia e o recolhimento. A brancura da alva (túnica
branca) significa a pureza. O cordão na cintura simboliza os laços com
que os judeus O prenderam no Jardim das Oliveiras, para conduzi-lo aos
tribunais de Anás, Caifás, Herodes e Pilatos. A estola significa o poder
sacerdotal e a inocência. A casula indica o manto de púrpura que Lhe
colocaram nos ombros no Pretório, para zombar do Senhor. E simboliza
também a cruz que lhe impuseram. Então, devemos ver no sacerdote
paramentado o próprio Jesus Cristo com as vestes da Sua Paixão.
O
sacerdote (bispo ou presbítero) é o ministro sem o qual não é possível
celebrar a Santa Missa: de fato, ele é consagrado com um Sacramento
especial (o Sacramento da Ordem). Ele obedece ao mandato de Cristo,
fazendo o que Ele fez na Última Ceia; preside e age in persona Christi
capitis, isto é, em nome e na pessoa de Cristo, Cabeça da Igreja: quem
age na Eucaristia Jesus Cristo, o sacerdote é o instrumento visível;
representa a Igreja, age in persona Ecclesiae, isto é, em nome da
Igreja, e deste modo recolhe a oração da Igreja inteira.
São Pedro Julião Eymard, também disse
que: ” A Redenção é para nós como o Sol, que ao mesmo tempo brilha para
todos, mas é como se existisse para cada um”. E esta Redenção acontece
sobre tudo na Santa Missa, pois cada vez que ela é celebrada, “torna-se
presente a nossa redenção”, ensina a Igreja. Na Eucaristia Jesus se
submete ao sacerdote para poder chegar a nós. Ele sabia que coisa alguma
poderia substituir a Sua Pessoa em nossa vida.
Prof.Felipe Aquino Fonte:cleofas
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