terça-feira, 30 de setembro de 2014


Pode-se privar uma criança do direito de ter um pai? Na Suécia, pensa-se que sim, e parece que o governo está decidido a discutir uma proposta para estender o recurso à fertilização in vitro também para mulheres solteiras. A prática, que será saudada como o mais um triunfo da autodeterminação feminina, deve levar cerca de 2.000 mães solteiras às equipes médicas, que terão a tarefa de verificar se elas possuem os requisitos para se tornarem mães confiáveis. Na esperança que esta proposta nunca se torne realidade - e contando com os perigos da fertilização in vitro, que envolve riscos para as crianças, como partos prematuros (Hum Reprod Update, 2013), má-formação (Int J Fertil Steril, 2013), baixo peso e consequentes riscos de mortalidade (Hum Reprod, 2013) - as considerações críticas são pelo menos três.

A primeira é em relação ao paradoxo de confiar em uma autorização que irá tirar das crianças a possibilidade de ter umpai: a ausência da figura paterna é um elemento desestabilizador. Uma vez que jovens provenientes de famílias sem pai representam 63% dos suicídios nos tempos atuais (US Dept. of Health & Human Services, Bureau of the Census), 71% das adolescentes grávidas (US Dept. of Health & Human Services), 85% das pessoas que apresentam transtornos no comportamento (Center for Disease Control), 75% dos pacientes adolescentes nos centros de usuários de drogas (Rainbows for all God`s Children) e 85% da juventude que se encontra nas prisões (Fulton Co. Georgia jail populations Texas Dept. of Corrections). Os médicos, portanto, podem se tornar corresponsáveis por um fato grave como a ausência da figura paterna na vida de uma criança

O segundo elemento crítico é o fato de que já hoje se registra um preocupante aumento no número de filhos destinados a crescer sem pai. Em uma grande capital europeia como Berlim, por exemplo, 134.000 núcleos familiares, sobre um total de 430.000, são compostos de mães solteiras e seus filhos (Cfr. Repubblica, 20/4/2011). Nos Estados Unidos, para facilitar aos filhos que não conhecem a identidade dos pais e, em particular o pai, chegou-se a pensar na iniciativa “Who’s Your Daddy”, onde através de teste de DNA se provaria tal identidade. Tem sentido, diante de um quadro de fragmentação afetiva tão vasto em sua gravidade, piorar a situação prevendo a possibilidade de mulheres solteiras conceberem um filho sem um pai?

A última consideração, de caráter generalizado, é a guerra aberta em favor da marginalizarão e da fragmentação da unidade familiar. Aqui não se trata de uma conspiração: é muito pior. Esta guerra se combate à luz do sol, subjugando sistematicamente o direito ao desejo, a ordem natural à ordem artificial. Lembremos que a nossa batalha é para que tantos filhos não tenham negado o direito de ter um pai. Este pai que talvez não busquem no início da vida, mas que tem fundamental importância na vida da criança, adolescente, jovem, enfim, da pessoa.fonte:Aleteia

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